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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Second Chapter


- que historia é esse de sair com o Josh?

- o que?

- porque vai sair com ele?

- porque se importa? – não está com a Mel? – me deixa Bieber. Voltei a olhar pra minha folha A4 branca e continuei a praticar a técnica que a professora havia ensinado. Ouvi Bieber bufar e se virar pra frente de novo.

Terminei meu trabalho e entreguei a professora, pegando minhas coisas e me retirando da sala, fui até meu armário e guardei minhas coisas nele.

- Julie. Escutei a voz do Bieber atrás de mim.

- já disse pra me deixar em paz. Virei-me e vi que nossos rostos estavam colados, senti meu coração pular na boca, quase sair pra fora e meu corpo inteiro travar, passando uma linha de choque por todo ele.

- eu me importo com você Ju.

- deveria se importar mais com coisas que pertencem a você. – como a Mel. Coloquei a mão em seu peito pra o afastar de mim. Senti o coração dele em minha mão de tão forte que batia.

- mas você me...

- não. O interrompi. – eu não pertenço a você. – somos só amigos Bieber.

Vocês podem estar estranhando uma boba apaixonada e iludida como eu tratando o Bieber assim né? Mas chega uma hora, que até um coração bobinho, frágil, cansa. Tem uma hora que todos nós cansamos. Eu cansei de tratar o Justin bem, cansei de fazer todas as vontades dele, cansei de fazer tudo que ele queria e na hora que queria. Cansei de ser a boba e a ingênua, vou começar a seguir os conselhos que Nick, vem me falando há anos. Vou mudar de uma maneira, que todos vão ficar chocados. E vai ser nesse baile, a partir daí que tudo na minha vida vai mudar, eu sinto isso.

- porque está me tratando assim Julie? Olhou-me incrédulo.

- por quê? – porque eu cansei Bieber. – simples assim.

- cansou de que?

- de... – de você. – de você e essa sua namoradinha. – cansei. Comecei a chorar. E porque diabos eu estava chorando?

- a Mel te falou alguma coisa de novo? – eu vou resolver Ju. – só não fica assim. – não chora, por favor. Olhou-me com aquele mesmo olhar, aquele olhar que só ele sabe dar. Veio pra limpar minhas lágrimas que ainda caiam de meu rosto, mas eu o interrompi segurando seus braços.

- Não Bieber. Soltei os braços dele e limpei, eu mesma minhas lágrimas. – não preciso de sua pena, nem de sua solidariedade. – sei me cuidar.

- porque ta fazendo isso? – porque ta me tratando assim? – o que eu te fiz Julie? – pelo amor de Deus, me fala. Olhou-me com seus olhos cheios de lágrimas.

- desculpa Bieber. Sai andando com a minha mochila, eu ia pra casa, não conseguiria assistir mais nenhuma aula.

- Julie? – Julie, volta aqui. Bieber gritava. Sai correndo e peguei um táxi que passava por ali, pedi pra ele ir pro meu endereço e o paguei.

Entrei em casa ainda chorando e minha mãe veio atrás de mim, perguntando o que havia acontecido e porque eu estava em casa à uma hora dessas. Entrei em meu quarto as pressas e me joguei na cama.

- Ju. – o que aconteceu filha?

- eu sou uma idiota. Falei abafado por estar com minha cara no travesseiro.

- não fala assim Julie. Senti minha mãe sentar-se na cama.

- mas é a verdade. Resmunguei olhando pra ela.

- me conta o que aconteceu? Sorriu de lado colocando uma mexa de cabelo que caiu em meu rosto.

- Briguei com o Bieber.

- hm. – porque brigaram?

- eu explodi mãe. – sabe... – não agüentei mais ser a bobinha dele.

- foi só isso? – finalmente em filha.

- foi. Dei ombros. – verdade. Suspirei. – mas quero te pedir uma coisa.

- o que?

- quero ir à festa do príncipe.

- a que ele vai dar pra encontrar uma namorada?

- isso.

- ah, Julie. – não sei não. – vai ter muita gente lá.

- mãe. – por favor. Fiz biquinho.

- ta bom. – quando vai ser?

- sábado.

- mas já? - você tem roupa?

- é isso que quero pedir. – tem como me dá um dinheiro pra eu comprar um vestido, sapato e fazer meu cabelo? – quero estar bonita pelo menos nesse dia.

- hm. – quer ser a princesa, né? Riu me zoando.

- não mãe. Ri. – só não quero ser tão invisível como eu sou lá na escola.

- ta bom. – vou te dar meu cartão de créditos. – ai você vai lá com a Nicole e compra e faz o que quiser pra esse tal baile.

- ah, mãe. – obrigada. A abracei forte.

Fiquei até a hora do almoço jogada na cama, mas não. Não estava chorado, apenas pensava em como vai ser tudo isso, e em como vai ser esse baile. Minha mãe entrou no meu quarto pra me chamar pra almoçar. Eu ainda nem tinha trocado minha roupa, e não iria trocar agora, to com preguiça. Desci assim mesmo e me sentei a mesa com a minha mãe e meu pai. Começamos a comer e Pedro chega a casa com o Bieber, mas que diabos esse menino veio fazer aqui? Af.

- Oi gente. Pedro sorriu sentando-se a mesa, Bieber fez o mesmo. Bufei e minha mãe me olhou com olhar de querendo dizer: “calma”. Bufei mais uma fez e me retirei da mesa.

- não vai terminar de comer querida? Perguntou meu pai inocentemente. Virei-me rapidamente com meu sangue fervendo.

- Quem sabe quando o ar estiver menos poluído, né? Sorri sínica e olhei pro Bieber, voltei a andar e subi as escadas batendo com o pé firme no chão. Entrei em meu quarto e bati a porta. Olhei pro meu violão e o peguei, só ele pra me acalmar mesmo, comecei a tocar e cantar uma de minhas composições. Ah, é... Não contei? Eu sei tocar alguns instrumentos e componho algumas musicas.

Comecei a cantar, tentando me acalmar, e estava funcionando, já conseguia me sentir mais calma... Quando alguém entra no meu quarto sem bater.

Fitei a porta com certa raiva, o que Justin fazia aqui?

Bufei desviando meu olhar dele, e guardei meu violão no lugar.

- não sabia que tocava. Veio na minha direção o olhei com raiva.

- e não sabia que era mal educado ao ponto de entrar sem bater.

- Ju. – não faz assim... tentou chegar perto de mim, mas eu me afastei.

- e que tal assim. – vai embora, nunca mais vem na minha casa, não me procura e não me considera mais sua amiga, ta melhor assim? Sorri sarcástica.

- Ju. Falou com sua voz melosa, me olhando com aquela carinha de cachorrinho sem dono.

- não Justin. – eu cansei sabe. – cansei disso tudo. – não agüento mais, já agüento isso por anos, anos. – não dá mais. Suspirei, nem eu mesmo acreditava no que dizia, mas era o que precisava ser dito. – adeus Justin. Abri a porta para que ele saísse. Ele me olhou com seus olhos marejados, não facilitando nada a minha situação.

Virou-se pra mim, e depois fitou o chão, abriu a boca, mas a fechou em seguida.

- Ju. – me perdoa se eu fiz alguma coisa. Permaneci em silencio o fitando sem emoções nenhuma, mas por dentro eu estava querendo pular nos braços dele e dizer tudo que eu sinto, mas eu não podia, ele não sente o mesmo.

- Adeus Justin. Disse firme. E ele suspirou pesado, saindo do quarto de cabeça baixa, mas antes que eu fechasse a porta me fitou e eu vi lágrimas caindo de seus olhos.

“não, não, não e não! Me diz a que ponto eu consigo ser mais idiota que isso? Me diz? Eu me odeio.”Me taquei na cama e afundei minha cabeça no travesseiro com raiva e dei um grito abafado.

Escutei meu celular apitar e o peguei em cima da mesinha do lado da cama, era um sms.

“Desculpa Ju, eu amo muito você. Eu me odeio por ter te deixado assim, eu nunca quis isso, nunca quis fazer algo que te magoasse Ju, eu amo você, e me odeio por ter perdido sua amizade!  - Justin.”

Será que meu dia podia piorar mais, ou assim já é o fim do mundo? Bufei com raiva e me joguei na cama de novo, fitando o teto. Minha vida deu uma revira volta, eu mudei bastante, eu costumava ser uma bobinha, Justin só olhava pra mim e eu já perdoava a pior coisa que ele podia ter feito pra mim, mas agora, é diferente, meu sentimento por ele ainda é o mesmo, talvez até maior. Mas tem algo em mim que mudou, meu amor próprio. Não vou mais ficar correndo atrás do Bieber e aceitando tudo que ele faz comigo, o deixando controlar minha vida, como fazia antes e ainda ter que aturar a vadia da namorada dele.

“ai como eu era idiota senhor!” pensei me sentindo com mais raiva ainda, e tentei, tentei dormir e graças a Deus eu consegui pelo menos por algumas horas.

Acordei sem animo nenhum pra levantar, fiquei um tempo na cama, pensando no baile... Meu deus o baile. Levantei-me e fui até o banheiro, lavei o rosto e escovei meus dentes, já coloquei de uma vez meu pijama por conta do horário que era. Desci e bebi um pouco d’água  a casa estava silenciosa, até demais pro meu gosto, fui até a sala e vi minha mãe dormindo no sofá com papai. Sorri vendo a cena e desliguei a televisão na qual passava um filme. Subi as escadas e dei de cara com Pedro, ah ótimo.

- o que você fez pro Bieber? –bufei.

- cala a boa. Revirei os olhos e passei por ele.

- ele vai embora. Travei e engoli seco. Como assim embora?

- o que? Virei-me o fitando séria.

- ele veio aqui hoje mais cedo pra isso Julie. – lembra os vídeos que ele posta no youtube?

-hm?

- então, um empresário viu e ofereceu uma proposta pra ele... – ele me disse que precisava conversar uma coisa contigo antes de ir, por isso veio aqui. – mas como você não quis o ouvir, saiu jogando coisas absurdas na cara dele...

- absurdas? Alterei-me. – ele...

- deixe-me terminar. Interrompeu-me sério. –bufei.

- ele decidiu aceitar e seguir o sonho dele, ele vai pra Atlanta semana que vem Ju.

Ele vai embora? Engoli seco. Eu nunca mais vou o ver?

- quanto tempo?

- se tudo der certo... pra sempre.

- ok.

- ok? – isso que você tem a dizer Julie? – o Justin vai embora, entendeu? – ele vai embora. Gritou sério.

- cale-se. Disse fria. – vou dormir. – boa noite. Dei as costas a ele e fui pro meu quarto, sentei em minha cama e soltei um longo suspiro. Joguei-me na cama.

Fitei o teto pensativa, até que cai na real... Justin vai embora, o amor da minha vida, o homem que eu amo ta indo embora. E o que eu posso fazer? Fui uma idiota com ele. Parabéns Julie, parabéns. Bufei sentindo algumas lágrimas ameaçarem a cair. Deixei que elas tomassem conta de mim. Sentia meu coração pulsar dentro de mim, minhas veias latejarem, parecia que todo o meu corpo sofria. Imagina não poder ver aquele sorriso todos os dias? Imagina como seria não o abraçar, sentir seu cheiro? O que eu faço agora? O que eu tenho que fazer é me manter longe dele que pelo menos assim sofrerei menos... Ele está indo embora, pra seguir seu sonho, está me deixando aqui. Sozinha... Adormeci em meio às lágrimas.

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